Wellington Anselmo Martins - professor *
Assim, os alunos poderiam gastar mais tempo focados nos estudos de
verdade (que é o que academicamente importa) e não em puxar saco de
possíveis professores orientadores.
Assim, existiriam provas com questões objetivas para avaliar a real
formação dos alunos. Em vez dos testes dissertativos, que recebem notas
facilmente manipuladas pela arbitrariedade de professores anônimos.
Assim, acabaria o privilégio dos alunos que são amigos ou parentes apadrinhados por professores dados à corrupção e nepotismo.
Assim, enfraqueceria o autoritarismo de bancas de arguição que fingem
ler projetos e ouvir defesas dos alunos quando, na realidade, tantas
vezes já sabem antes da defesa qual é o aluno que receberá a vaga.
Assim, as vagas de mestrado/doutorado seriam realmente abertas. Pois não
dependeriam mais de simpatia ou perseguição de orientador ou de
coordenador de programa. Seriam conquistadas prioritariamente em razão
do próprio potencial dos alunos.
Assim, cairia a xenofobia acadêmica, pois não haveria preconceito
durante a seleção contra os alunos vindos de universidades privadas,
EaD, ou de públicas de outras partes do país. Apenas as provas
objetivas, enfim, definiriam o novo mestre ou novo doutor.
E não mais a procedência da marca do currículo dele, se é título de
grife ou não.
Assim, não haveria mais o absurdo de sobrar vagas livres após os
processos seletivos da pós-graduação brasileira, com tantos brasileiros
capazes e interessados de seguir na carreira acadêmica. Diminuiria tal
desperdício de inteligência.
Assim, a análise do currículo Lattes só faria sentido nesse processo
seletivo mais objetivo, se os critérios de pontuação fossem claramente
anunciados nos editais. E de modo algum os primeiros colocados em provas
objetivas e em pontuação de análises curriculares
poderiam, no final de todo o trajeto de avaliação, ter o seu mérito
simplesmente anulado por alguma decisão meramente pessoal e
injustificada de um professor orientador ou coordenador de programa.
Assim, por visar a objetividade do processo, igualmente os testes de
idiomas só fariam sentido se colocados sob critério mais específicos de
pontuação. Não mais submetidos então à subjetividade de notas dadas
livremente, sobre dissertações feitas, de novo por
avaliadores anônimos que variam suas notas até em decimais, mas não se
sentem obrigados a justificar suas decisões.
Assim, acabaria o sofrimento desnecessário dos funcionários públicos,
aqui os professores orientadores, que com essa seleção mais objetiva
então não precisariam mais passar pela dor de escolher, arbitrariamente,
o aluno A, B, C, D... ou Z, sendo que todos parecem
tão merecedores, tão simpáticos e tão talentosos. Ora, a decisão seria
demonstrada pelo próprio processo de seleção. E não mais pela possível
sábia intuição de professores.
Assim, enfim, a própria capacidade objetiva do aluno, a transparência do
processo, o interesse público do não desperdício acadêmico e social de
talentos, seriam impostos sobre todo esse personalismo, arbitrariedades,
corrupção e demais interesses escusos de
professores, orientadores ou alguns programas atuais. Ganharíamos todos
com tal justiça!
Só perderiam, mesmo, os funcionários públicos que, até
hoje, tiveram possibilidade institucional de se julgarem donos das
universidades e da ciência brasileiras.
* Prof. Ms. Wellington Anselmo Martins - Graduado em Filosofia (USC).
Mestre em Comunicação (Unesp).
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