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A viagem dessa lancha, segundo Maísa Tobias, vai "desafogar o trânsito na A. Montenegro". |
Há momentos em que calar e nada dizer é melhor que abrir a boca e falar besteira. Maísa Tobias, a toda poderosa comandante dessa embarcação sem rumo que se chama Semob, praticou um atentado à inteligência de quem sofre duas horas e meia dentro de um ônibus de Icoaraci até o centro de Belém. Ela declarou, em entrevista à TV Liberal, que a lancha de uma empresa particular, com capacidade para transportar pouco mais de 100 passageiros e fazendo apenas quatro viagens ao dia no tempo de 20 minutos, será uma forma de "contribuir para desafogar o trânsito na Rodovia Augusto Montenegro, por causa das obras do BRT".
É inacreditável que ela tenha feito tal declaração. Mais inacreditável ainda por se saber que a tal empresa privada, cuja primeira viagem da lancha será na próxima segunda-feira, vai cobrar R$ 10 pela tarifa. Ora, para quem pode pagar, não tem problema. Vem de Icoaraci para Belém ou vai daqui para lá, desfrutando de ar-condicionado, lanchonete, música, TV e outros babados. E ainda contempla a Baía de Guajará e a cidade de um ângulo privilegiado.
O problema é que 90% dos que se espremem diariamente em nossos ônibus feitos sardinha em lata, não tem condições de pagar R$ 10 para andar nessa lancha. A grande maioria - né, dona Maísa Tobias? -, quando muito, ganha entre 2 e 4 salários mensais e gasta boa parte disso com transporte sem nenhum conforto, correndo risco de assalto e enfrentando, quase sempre, engarrafamentos colossais que estressam qualquer cristão - ou ateu. E para completar, ainda é obrigado a cruzar com um BRT que nunca termina, porque mal começou.
Nem que ganhasse, digamos, oito ou dez salários mínimos por mês, ou fizesse 60 viagens, de ida e volta, a esse preço, teria condições de desembolsar R$ 600 mensalmente para usufruir do conforto reservado aos "barões" - que é como o povão costuma denominar aqueles de melhor poder aquisitivo.
Enquanto isso, o prefeito Zenaldo Coutinho, chefe da dona Maísa Tobias, sem nenhuma obra para mostrar nos 400 anos da cidade e, agora, com o discurso na ponta da língua de que nada faz porque herdou a famosa "herança maldita" de seu antecessor - antes aliado e fiel amigo, Duciomar Costa -, anuncia sob estardalhaço midiático uma terceira licitação, já que as outras duas não atraíram ninguém, para que o transporte fluvial bancado pelo Município, entre em operação, embora, para variar, não se saiba quando. O barco municipal teria tarifa popular, mas vai demorar cinco vezes mais no tempo de viagem de Icoaraci para Belém, ou vice-versa.
O jornalista Francisco Sidou, verdadeiramente o pai dessa ideia e que, há mais de 20 anos, brada de seca a meca, como um Dom Quixote, sobre a eficácia do transporte fluvial para desafogar as ruas de Belém, chamou a atenção dos governantes, por diversas vezes, de que a falta de bom planejamento na criação de linhas fluviais poderia colocar tudo a perder.
Mais uma vez, Sidou tinha razão.
Boa noite
ResponderExcluirQuase não acreditei quando fui informado dessa "solução para o desafogamento" do trânsito entre Belém e Icoaraci, o que me deixou mais perplexo foi este absurdo ainda ser noticiado como uma SOLUÇÃO, não que discorde que o transporte fluvial seria uma opção vantajosa aos usuários, mas o que me deixou pasmo foi a tarifa à ser cobrada. Em momentos que outras cidades presenciam manifestações contra o aumento da tarifa do transporte público - que está permeado entre 3,50 à 3,70 - nossa luz no fim do túnel será uma lancha que fará somente quatro viagens por dia cobrando 10, 00 reais para cada passageiro, e se não estou enganado os estudantes não teriam direito a meia passagem - só pra constar 5,00 reais dar para fazer a viajem de ida e volta de Icoaraci à Belém - ou seja, o direto que a muito custo foi conquistado não foi levado em consideração. A meu ver, este será mais um elefante branco que herdaremos.
YSSO AKONTECE PORQUE A PESSOA NÃO PEDE DISCERNIMENTO AO DYVYNO ESPÍRITO SANTO DE AMOR E SABEDORY@ ANTES DE FALAR ALGO!!!!!!!
ResponderExcluirAlô? É da Polícia Escolar? Quero denunciar um fugitivo da escola!
ExcluirHahaha sempre há algo de podre no reino da Dinamarca. E o pobre que continue se espremendo. Dez reais! Por um passeio até que tá em conta...
ResponderExcluirSó acho que, se é pra passear, poderia incluir uma voltinha pelas ilhas e durar um pouco mais, né não?
ExcluirUfa! Essa lancha e Só pra inglês ver?
ResponderExcluirEsse é um empreendimento privado. Não esqueçam esse detalhe. Nada a ver com o poder público. Paga essa tarifa salgada quem quiser e puder.
ResponderExcluirEsse é um empreendimento privado. Não esqueçam esse detalhe. Nada a ver com o poder público. Paga essa tarifa salgada quem quiser e puder.
ResponderExcluirNão esqueçam de informar que trata-se de um empreendimento privado, sem participação do poder público. Portanto, paga o preço absurdo quem quiser e puder.
ResponderExcluirEdmar: transporte é concessão de serviço público e tem princípios a serem respeitados, como da modicidade. Tem que ter preços módicos. P q n tem um navio como que faz transportes para Cotijuba? Lancha pra inglês ver e pagar.
ResponderExcluirIniciativa privada, não da administração pública. Acha caro R$10,00 para ter ar condicionado, poltrona confortável e viagem de 20 minutos? Experimenta o mesmo percurso de táxi!!! Vai ver quanto vai custar e quanto tempo vai gastar. Aliás, não se vê motorista de táxi dizendo que vai vender o carro por falta de passageiro. Carro esse comprado com redução significativa de impostos.
ResponderExcluirAntes de tudo não sou de A ou B, apenas estudei um pouco sobre o assunto. Quem tiver a curiosidade pode procurar na biblioteca da UFPA um projeto chamado "D Fluvial" de autoria da Maisa e outros. Esse projeto consiste num conjunto de linhas em torno da cidade que liga vários lugares, Icoaraci, Mosqueiro, Outeiro, Ver-o-Peso, UFPA. É um complexo de linhas. Na época o valor estipulado estava aproximadamente R$6,00, enquanto a tarifa do transporte público dois e alguma coisa. Caro portanto! Pois bem, falando de tarifa do transporte público, em nível nacional e internacional, a melhor solução para o custeio do sistema fluvial (que é caro) é através de incentivos públicos para o transporte. Ou seja para que o valor se torne atrativo é necessário que o governo aplique recursos para diminuir o valor da tarifa e assim torne o transporte mais equitativo e acessível. Isso foi previsto no projeto (D Fluvial) inclusive. Voltando à Belém, o que todos pensamos é que a Diretora da Semob, adotasse a política de incentivo tarifário tanto para o sistema fluvial quanto para o coletivo urbano, o que não ocorreu e pelo vista está longe disso.
ResponderExcluirAcho que o incentivo é uma opção palpável e justa, e que o projeto é interessante porém da forma que se estabelece é oneroso.